sábado, 26 de março de 2011

Interesse de Todos...

Créditos: Raimundo Rosa


Pais denunciam que colégios da rede pública e estadual não têm vagas


Ensino Fundamental obrigatório para todas as crianças pode até ser um princípio básico da Constituição Federal. Mas para a família da jovem Tayná dos Santos Melo, de 11 anos, de Guarujá, a norma não passa de mais um dever do Poder Público que fica apenas no papel.
Por falta de vaga na educação pública, ela está sem estudar desde o início do ano letivo. A menina estudou em um colégio particular até o final de 2010, mas teve de se transferir para uma unidade pública porque a situação financeira da família piorou, e o orçamento não suportaria mais essa despesa.
O problema é que desde janeiro, a mãe e o padrasto de Tayná procuraram vagas no 4º ano do Ensino Fundamental em diversas unidades do Município e do Estado, mas receberam resposta negativa em todas que visitaram.
“Ela está parada, sem estudar, e a gente não sabe mais o que fazer porque o tempo está passando e, daqui a pouco, ela perde o ano”, afirmou o padrasto, Luiz Claudio de Campos Santos.
Entre as escolas a que recorreram estão as Emefs Gladston Jafet e Lucimara de Jesus Vicente e as estaduais Hugo Silva, Jardim Primavera e Emídio José Pinheiro, no bairro Santa Rosa, onde moram, ou nos adjacentes.
Segundo Santos, nenhuma das escolas tinham vaga. “Ela entrou para uma lista de demanda”. Eles procuraram também a Diretoria Regional de Ensino, que informou não haver vaga no momento.
O Conselho Tutelar também foi acionado e encaminhou a menina para a Escola Estadual Renê Rodrigues de Morais, no Jardim Helena. “Mas a própria escola, quando fomos até lá, informou que não havia vaga para o 4º ano, só para o 5º. Vamos recorrer ao Ministério Público”.

Solução
A Secretaria de Estado da Educação informa que a estudante será encaminhada para a Escola Estadual Renê Rodrigues de Morais e recomendou que a mãe procurasse a diretoria do colégio para efetuar a matrícula, “o que pode ser feito imediatamente”.
A secretaria negou que faltem vagas na rede. “O que ocorre é que em algumas regiões onde o processo migratório é mais acentuado, algumas escolas podem vir a registrar uma demanda maior. Neste caso, são indicadas outras unidades próximas à residência do estudante”.

Resposta
Consultada por A Tribuna, a Prefeitura de Guarujá disse que todas as solicitações por vaga feitas na Secretaria Municipal de Educação (Seduc) desde o início do ano foram atendidas. A Seduc diz que registrou o pedido de Tayná apenas no último dia 21.
“O caso citado está em análise e, nos próximos dias, será deliberado pela Seduc”, informa a nota. A Prefeitura afirma que não existe lista de espera nas escolas municipais